quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Só um barco a navegar



            


Não sabe caber no mundo

Hora espera, hora é

E o mundo

Que todos acham que gira

Mexe que nem maré



Vai e vem que nem criança

Que nem pensa no que quer

Chega na areia tão mansa

Mas vai embora se quiser



A vida torta de conceitos

Não nasceu pra interpretar

O que hoje é o sim

Amanhã só faz negar



E assim o tempo voa

Navega num barco à vela

E as ideias da menina

Simplesmente são só dela



Nada muda com a vida

E o tempo a navegar

A voar pelas palavras

Sem sabê-las decifrar



O A vira silêncio

O B tromba de mar

O C nem se repara

E o barco a fluturar



Passa a vida, passa o mundo

Passam sonhos, passa sina

E o que passa na cabeça?

É umbigo de menina

Um comentário:

  1. Clá, você não tem jeito... já passou a perna na mamãe mesmo. Mas isso só me dá orgulho e alegria. Eu posso dizer que tenho uma filha que de fato é escritora, sem qualquer receio de que alguém ache que é corujice. É incontestável. É um mar completo de ideias, palavras, ritmos e sensibilidade. Que Deus te conserve com essa veia poética pulsando dia-a-dia, segundo-a-segundo, porque os poetas estão morrendo, e os que estão vivos não são ouvidos. Beijos mil. Mamãe.

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