terça-feira, 29 de junho de 2010

Você

Com esses grandes olhos de jabuticaba

Grandes para mim...

Pretos como aquela noite

Quando o escuro aprendeu a ter luz, e ainda sim ser escuro...

Você

Que fala com as mãos, os pés, a nuca

Poupando a boca de muitas palavras

Esperando que os lábios só saibam beijar

Você

Um copo de vinho, um sofá e um filme

Tão previsível final

Inusitadas lágrimas

Você

E seus dedos encontrando as notas

Me procurando pela sala, talvez?

Você

Simplesmente comigo

Eu

Simplesmente com você

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pouco de tudo

Naquele momento a saudade esperava mais

Mais emoção

Mais vontade

E até mais agonia

A saudade achou que era muito grande

Mas o corpo reagiu de forma estranha,

Calmo demais

Ficou seco

Uma dorzinha contínua, mas fraca

A saudade não parou como deveria

Saudade estranha essa que fica mesmo quando não tem motivo de ser

Pois como sentir falta de alguém que está presente?

E como sentir tão pouco de tudo?

Vai ver não fazia tanto tempo...

Vai ver a importância era pequena...

Pode ser que até que nem merecesse emoção alguma

Mas, certamente, era saudade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Coisa de segundo

Passos lentos

Arrastados

Complicados

Confusos e silenciosos

Até o ar sai em silêncio

Como se precisasse se esconder

Como se fosse errado se mover

A boca nem se atreve a abrir

Mas também não consegue se manter serena

Fica tensa e mordisca os lábios

Enquanto os olhos acompanham tudo

Absolutamente tudo

Até o ar que não sai

Até a lembrança que não some

Até a água que deles não cai

E os passos...

Lentos...

Flutuam por falta de opção

Pelo menos até encontrarem outra vez

O chão.

terça-feira, 22 de junho de 2010




No meio da noite
Sentada no banco
O banco que se esconde atrás do jardim
A madeira é aconchegante
Ela entende como a solidão é má
A madeira e a menina
A menina é má ou a menina entende?
Não importa
A lua não precisa de detalhes para consolar
A menina percebe que não está sozinha
Ela tem o gelo do banco e o rosto da lua
O rosto que a menina aprendeu a notar cedo
Via nele um rosto triste
Onde a mãe via um coelho

Começo

Não é de hoje a ideia de fazer um blog. Faz tempo que tenho enrolado, mas finalmente aqui está!
Vou escrever os tantos textos que costumam amarelar nas páginas dos meus cadernos. Não é como um diário ou como um site de dicas de coisa alguma... são apenas palavras que passam por mim. Algumas delas viraram músicas, outras cartas...
Também pode ser que aqui fiquem guardados alguns textos que me emocionaram ou as cartas que tenho, tão românticas, que a minha querida bisavó mandava para meu bisavô.
Enfim, é um pedacinho de mim.
Beijos.