quinta-feira, 28 de abril de 2011

Escuta! Mesmo longe, escuta!
Os meus sonhos gritam
É uma dependência incurável
Minha vida desaprendeu a ser minha
Quisera eu ser a lua!
Que toda noite espia o mundo inteiro,
Entra pela fresta da sua janela,
Suspira os seus segredos...

Escuta! Nem o céu me encontra agora!
 Pra onde eu vôo ninguém vai
Estou sempre entre as lembranças
Para que elas estejam sempre em mim
Enquanto as estrelas passam as noites se exibindo
Oferecendo-me a solidão numa bandeja
Os dias se preparam para vir com luz intensa
Revivendo o medo que a lua guarda
De que o lobo algum dia a esqueça

domingo, 24 de abril de 2011

Reencontro

Amanhã eu vou acordar estranha
Cheia de restos de hoje que não vão ter tanta importância
Amanhã as nuvens não vão andar pelo céu,
Mas o céu é que vai perambular por entre as nuvens
Amanhã o sol vai sair, como hoje, e eu nem vou reparar
Amanhã os números estarão diferentes:
 Datas, horas, pesos, temperaturas, distâncias...
Amanhã a energia será outra, será nova
E nunca mais algum dia será como amanhã
Amanhã o coração...
Bom, o coração ainda não se preparou para amanhã...
Mas, calma!
É só amanhã.

domingo, 10 de abril de 2011

Prévia do livro

Um pedacinho do livro que estou escrevendo...

"Naquele restinho de madrugada que me restava eu concluí... Não como algo definitivo, mas já era um começo...Charles tinha uma importância imensamente estranha! Era como aquele último suspiro que resta antes de alguém se afogar: fundamental, insubstituível, desesperadamente desejado, mas efêmero... E nas minhas viagens distorcidas pelo sonífero travesseiro, era clara a necessidade de tê-lo. Agora, com os olhos estatelados, não me restavam dúvidas disso! E eu já não sabia mais o que fazer! Peguei o papel e a caneta da cabeceira da minha cama e anotei tudo o que eu me lembrava daquele sonho, com minhas observações e descrições dos meus sentimentos. Escrevi coisas que eu queria ter dito a ele, não que eu achasse que algum dia ele leria. No fundo a esperança de encontrá-lo era ainda bem pequena. Mesmo assim registrei... Para mim, pelas horas acordada, pelos pensamentos confusos, pelo nada... Porque precisava acompanhar o que eu sentia de alguma forma. Dar atenção aos meus pedidos mais secretos e absurdos. Era justo que eu me desse apoio de algum jeito. Se não podia ter Charles pessoalmente, que pelo menos em minhas palavras ele existisse! Eu nem pensava em entender a dimensão que isso tudo tinha."

domingo, 3 de abril de 2011

     O artista não pode ver o amor de forma racional. 


     A razão que aceite o artista da forma que ele é.


‎=')

Vazio




A minha saudade acho que é essa dor...
Essa que agora diminui a velocidade do tempo
Que inventa um eco pro silêncio...
Absurdo? Um eco mudo, seja lá como for.

A minha saudade deve ser essa pouca força
Os olhos que não sustentam as lágrimas
A voz com vontade de ser rouca

A minha saudade é bipolar:
Triste pelo vazio do presente
E feliz por ainda assim saber amar